19 de março de 2013

Disciplina de Desenvolvimento Curricular da UC

Escolhi falar sobre essa matéria pelo fato de considera-la uma das principais diferenças entre os métodos de ensino do Brasil e de Portugal. Primeiramente que licenciatura aqui em Portugal não é um curso exclusivo para formar professores, para dar aulas em colégios aqui o professor precisa ter mestrado. No nosso caso foram montadas disciplinas pedagógicas exclusivas para alunos PLI, essas disciplinas ou cadeiras são ministradas por professores do curso de pedagogia da UC. E como o programa brasileiro é exclusivo para licenciaturas, todos nós que participamos temos que cumprir 4 cadeiras pedagógicas em dois anos, assim ocorre uma superlotação nessas matérias, as turmas variam de 150 a 200 alunos inscritos, tendo alunos de todos os cursos que participam do PLI. Por um motivo de superlotação em uma cadeira especifica de Biologia, nós alunos PLI da UEPG optemos por fazer duas matérias pedagógicas no mesmo semestre, tínhamos as duas cadeiras na sexta-feira de tarde.

As aulas de Desenvolvimento Curricular eram divididas entre duas professoras, uma da teórica e outra da pratica, aulas teóricas iam das 16h30min às 17h30min e aulas práticas iam das 17h30min as 19h00min. Nas aulas teóricas eram expostos conceitos de currículos e a forma de como deveríamos avalia-los e posteriormente como estruturaríamos um currículo escolar. Nas aulas práticas nós realizávamos tarefas de aplicação de conhecimento e competências que antes adquiríamos nas aulas teóricas.

O semestre foi dividido em duas etapas, na primeira etapa nós rebemos uma noção teórica e pratica de como um currículo é formado e os conteúdos que o mesmo deve possuir, levando em conta a diversidade de sentidos que a noção de currículo assume, foi trabalhado as diretrizes e determinações curriculares atuais elaboradas aos níveis internacional, nacional, regional e local com atenção focada na política de autonomia das instituições escolares e da gestão do currículo que a elas compete.
Nas aulas prática dessa etapa foi analisado um currículo escolar voltado para o ensino de uma determinada matéria, nossos trabalhos eram voltados ao debate de algumas concepções de educação que dão origem às diretrizes e determinações curriculares, numa tentativa de perceber a sua filiação teórica e validade científica, recorríamos a uma abordagem histórica, analisando esquemas curriculares do passado de reconhecida importância e pertinência, explorando, de modo particular, as razões e os processos de construção, as aplicações e apropriações que ocasionaram tal currículo, bem como a sua evolução. Foi, sistematizado e caracterizado as principais teorias pedagógicas com impacto no campo curricular, destacando os contributos para a organização do ensino e da aprendizagem.

Na segunda etapa das aulas tivemos a noção do desenvolvimento do currículo escolar, analisando e estruturando processos de âmbito micro curricular, nos foi estabelecido os referenciais de conteúdo e objetivos do currículo escolar, bem como suas bases pedagógicas.  Nessa etapa aprendemos a identificar e caracterizar as diversas fases curriculares e os pontos de reflexão que acompanham essas fases; recebemos a noção de como funciona legalmente o desenvolvimento de um currículo, de como é a determinação e orientação das instâncias superiores de ensino, aprendemos os princípios ético-filosóficos e os conhecimentos pedagógico-didáticos para a formação de um currículo escolar.

Nas aulas práticas dessa segunda etapa eram feitas tarefas no âmbito consolidar e aprofundar nosso conhecimento sobre a estruturação de processos curriculares, com destaque para os que se situam na área das “educação para…”, concretizando os métodos de diagnóstico, planificação, interação e a avaliação de um currículo escolar. 

AVALIAÇÕES: Essa matéria é considerada pela maioria dos alunos PLIs como uma das mais difíceis do semestre, superando algumas matérias especificas. O motivo da dificuldade está na forma de avaliação vigente na Universidade de Coimbra. Aqui ao contrario do Brasil a pontuação não vai de 0 a 10 e sim de 0 a 20, sendo a media 10 ou 9,5 que é arredondada para 10, a primeira vista pode parecer mais fácil que as avaliações brasileiras, visto que é necessário somente 50% da nota. Acontece que aqui em Portugal as medias escolares, desde as notas colegiais até as notas universitárias, são utilizadas como critério de seleção, o tanto para vagas de trabalho, como também para vagas de ensino em instituições superiores (não existe vestibular). Para uma melhor seleção dos seus alunos os professores cobram muitos detalhes nas suas avaliações, assim o aluno que se dedique mais aos estudos terá uma melhor colocação no mercado de trabalho, tanto que existe um nível de interpretação de notas que é o seguinte: o aluno que tire nota 10 é considerado pelo mercado de trabalho como um aluno razoável, se ele tira de 11 a 13 ele é considerado como um aluno bom, de 14 a 16 muito bom e de 17 para cima como um excelente aluno.

Na UC existem dois exames, o de tempo normal e o de recurso, sendo que o aluno pode optar em fazer somente um ou os dois; muitos escolhem fazer somente o exame de recurso, porque os exames de época normal caem em dias muito próximos, assim eles tem mais tempo para estudar determinada matéria; outros escolhem fazer os dois exames, mesmo obtendo no exame normal  nota o suficiente para passar na matéria, eles fazem isso numa tentativa de melhorar suas notas, pois a nota de maior valor é que se utiliza como media final. Geralmente as matérias só tem uma prova no final do semestre esse é chamado de exame de época normal que engloba todo o conteúdo da matéria; o exame de recurso é bem dizer o mesmo da de época normal, sendo esse obrigatório somente se o aluno não obtiver nota suficiente no exame de época normal.

Na matéria de Desenvolvimento Curricular a avaliação é dividida entre a teórica e a prática, sendo que cada uma vale 50% da nota final ou 10 pontos. A avaliação da práticas era feita de modo continuo, os trabalhos que realizávamos na sala eram avaliados minunciosamente e como todas as avaliações da UC a nota era dada nos mínimos detalhes. Já a avaliação teórica era feita em uma única prova, o problema dessa prova é que ao contrario das provas pedagógicas da UEPG onde se você tiver um conhecimento razoável da matéria e compreender o conteúdo da mesma, você consegue alcançar a media facilmente; no entanto aqui as provas são presas aos detalhes, que você precisa conhecer profundamente, em outras palavras você tem que decorar tudo que dado em sala de aula e também a conteúdos que não são dados em aula. Eu não consegui alcançar a media no exame de época norma dessa matéria, porem quando eu fiz o exame de recurso fiquei uma semana decorando os conteúdos que caíram no exame normal, resultado passei tranquilamente.

Por Renato Kovalski Ribeiro.

16 de março de 2013

Disciplina de Genética da Universidade de Coimbra

Gostaria de abordar neste post as principais diferenças entre a Universidade de Coimbra e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), para podermos melhorar o nosso ensino no Brasil. Eu escolhi falar um pouco sobre a disciplina de genética, sendo que esta foi uma das disciplinas que mais gostei.

A primeira diferença entre a UC e a UEPG é que aqui as matérias são semestrais, diferentemente da UEPG em que as matérias são anuais. Eu considero aqui o método de avaliação, mais difícil do que o método utilizado na UEPG, pois a maioria das nossas matérias é uma prova apenas (uma prática e uma teórica), da matéria de todo o semestre, mas na disciplina de genética teve um mini teste também, valendo 20% da nota total.

Outra diferença entre as matérias daqui e da UEPG, é que estas são divididas em prática e teórica e geralmente cada disciplina possui em torno de três professores. As aulas teóricas geralmente são em anfiteatros, por causa da quantidade de alunos, em torno de 160 por turma e as aulas são no turno da manhã. Já as aulas teóricas são no tuno da tarde e a sala é dividida, assim cada turma prática tem em torno de 20 alunos.

A presença também é diferente os alunos não necessitam estar nas aulas teóricas, mas devem ter presença obrigatória nas aulas práticas, sendo que estas aulas tem carga horária de 3 horas semanais, enquanto que a teórica tem carga horária de 2 horas semanais, assim observamos o quanto às aulas práticas são valorizadas aqui.

A primeira aula de genética foi engraçada, não estávamos acostumados com o sotaque português e o professor falava muito rápido. Ele fazia piadinhas em que os portugueses riram e nós não entendíamos, ríamos para o professor não ficar constrangido. Outro problema era a ortografia do professor. Poucas pessoas entendiam o que ele escrevia no quadro. Cheguei a confundir “Annealing” com “Amélia”. Assim percebi o quão importante é termos uma letra legível enquanto professores.


A letra do nosso professor de genética. Mentira não era assim, era um pouco pior
Falando um pouco sobre as aulas práticas, estas eram muito interessantes, principalmente o trabalho de cruzamento da Drosophila melanogaster, as conhecidas moscas das frutas, fizemos o cruzamento entre uma linhagem mutante olhos sépia (apresentava os olhos com cor sépia) e assas miniature (apresentava as assas menores que o tamanho do corpo), é claro que aconteceram alguns imprevistos, como por exemplo, o nosso grupo colocou 2 machos para se cruzarem, e uma pessoa matou uma linhagem pura miniature dessa mosca (foi trágico).
Outra aula prática interessante foi observar os cromossomos gigantes de Drosophila melanogaster, e nessa aula também aconteceram imprevistos meus colegas ficaram com a mão manchada de corante, por alguns dias (e além disso o corante apresentava uma coloração rosada).
Essa é a simpática Drosoplila melanogaster 

Tivemos nessa disciplina a extração de DNA de vegetais, e no final realizamos um método de eletroforese, mas infelizmente no meu grupo não foi coletado muito DNA o que impediu de observamos as bandas de DNA da banana durante a eletroforese, mas pudemos observar o trabalho dos outros colegas. 
                                              
      Eletroforese em gel de agarose
Escolhi terminar o post falando sobre a prova de genética, a prova está um pouco difícil e longa, os professores fazem uma prova extensa, e esta geralmente aborda uma boa parte do conteúdo.  Com questões de múltipla escolha e descritivas.  

Espero que este post tenha exposto um pouco de como é a disciplina de Genética aqui, e espero que possa contribuir para melhorarmos as disciplinas na UEPG.
Por Keli Cristina Voanka.

11 de março de 2013

Disciplina de Microbiologia da UC

À pedido dos alunos da UEPG vou escrever um pouco sobre as aulas de Microbiologia que tivemos no semestre passado aqui na UC.

As aulas eram divididas em teóricas e práticas, sendo as teóricas no período da manhã com 2 horas de duração e as práticas no período da tarde com 3 horas de duração. Essa carga horária relativamente grande é devido à matéria ser semestral, lembrando que todas as matérias aqui são semestrais, não há nenhuma anual. Pela carga horária deu para perceber que eles dão mais importância às aulas práticas do que às aulas teóricas, e isso é mais evidente ainda, pois a presença nas aulas teóricas não conta, o que é necessário para ser aprovado é só a presença em 2/3 das aulas práticas, além da nota é claro. Apesar de não contar a presença das aulas teóricas, todos nós (os sete alunos que vieram da UEPG) vamos para essa aula, pois, sem dúvidas, ajuda muito a entender o conteúdo.


Nas aulas práticas fizemos um miniprojeto, no qual isolamos bactérias de solo de jardim e de rio. Primeiramente fizemos a caracterização fenotípica das estirpes bacterianas isoladas realizando a coloração de Gram, coloração de flagelos, coloração de endósporos, reação para ver se há a presença de catalase, citocromo-oxidase, degradação da esculina e degradação de amido. E após fizemos a caracterização filogenética das estirpes bacterianas isoladas extraindo o DNA e amplificando o gene codificador do 16S rRNA por reação de PCR, fazendo também a sequenciação cíclica do produto amplificado, a determinação da sequência e por fim a análise filogenética. E no fim do semestre fizemos uma prática para medir o crescimento de Escherichia coli.

Como modo de avaliação há um exame teórico no fim do semestre, é o que vale mais pontos, é muito extenso tendo cerca de 8 a 10 páginas, o professor cobra absolutamente tudo que é dado em aula até muitos nomes científicos de microorganismos. Junto com este exame há um exame prático, no qual são cobrados todos os cálculos e alguns procedimentos feitos nas aulas práticas. Há também um seminário sobre algum tema dado pelo professor.

Aqui a média necessária para aprovação é de 10 valores, sendo que a nota máxima é 20, portanto, equivale a 50% da nota total, enquanto que na UEPG é de 70% da nota total. Mesmo que a média para aprovação daqui seja menor que da UEPG, não acho que é mais fácil de passar, ainda pelo contrário, pois, para as provas, tive que estudar mais do que estudava na UEPG.

Gostei muito dessa matéria apesar de ter sido um pouco difícil, tivemos que estudar muito, muito mesmo. 

Qualquer dúvida deixe um comentário.

Por Jacqueline Santos.