Nos meses de Junho e Julho ocorrem
os exames finais da UC, aqui o ano acadêmico termina no mês de Julho, em Junho temos exames normais de todas as matérias do segundo semestre, o que toma
grande parte de nosso tempo para estudar (por mais que não tenhamos aulas nesse
período, ficamos grande parte desse tempo estudando em casa visto que as provas
exigem muitos detalhes de cada mateira), temos provas todas as semanas, tivemos
semanas com duas provas seguidas. Isso gera um certo stress, porque ficamos
praticamente o mês inteiro trancados em casa estudando, chegando ao ponto de
ficarmos até três dias sem nos vermos (isso que um apartamento fica ao lado do
outro).
Quando eu estava no Brasil, no
menor indicio de stress, pegava minha bicicleta e partia para mato acampar,
ficava o fim de semana inteiro repondo as energias na natureza. Acontece que
estando aqui há quase um ano ainda não tinha tido a oportunidade de fazer isto, por isso resolvi
contar como foi a minha primeira excursão de bicicleta aqui em Portugal.
Todos os dias de manhã saio na
varanda do apartamento para tomar chimarrão e estudar, porque agora no verão esse é
o lugar mais fresco da casa, isso sem contar na bela vista que tenho. Ao fundo
dos prédios vê-se uma cadeia de morros com aerogeradores, ao observar esses morros, me
veio a curiosidade de como deveria de ser a vista do alto deles, e na quinta
feira (20/06/2013), um dia após o ultimo exame do semestre, resolvi ir
visita-los.
Pesquisei na internet sobre esses
morros, no entanto, não fazia ideia de quais eram os nomes deles, para saber o
caminho tracei uma linha reta no mapa seguindo o ângulo de observação da
varanda, assim descobri que o povoado mais próximo desses morros era Miranda do
Corvo, coloquei a rota no GPS do celular, liguei este ao fone de ouvido para
que conforme eu estivesse andando ouvisse as direções e não precisasse olhar
para o celular. Meu principal medo nessa viagem era o fato de ter que passar
por rodovias movimentadas, no entanto, descobri que em Portugal as regras de
transito são mais rígidas e dão maior proteção aos pedestres e ciclistas, também
descobri que se o ciclista seguir as regras de transito a bicicleta tem os
mesmos direitos dos carros e os motoristas respeitam essas regras, assim o trajeto
que coloquei no GPS era como se estivesse de carro (é claro que por ser mais
lento que os carros eu sempre ando pelo acostamento e procuro usar o bom senso
no transito).
A primeira vila que cheguei era
Cabouco, que fica próxima a Coimbra, essa é uma vila típica do interior de Portugal,
onde tem poucas casas, a maioria das pessoas mora no campo, sendo que na vila
fica apenas um mercado onde os camponeses podem comprar o necessário e uma igreja.
Cabouco |
Logo apos Cabouco começa uma
grande subida, conforme vai se chegando ao topo vesse um povoado ao pé dos
morros, esse povoado chama-se Canas, o Vale de Canas é muito bonito, de cima vê-se uma igreja que badala seus sinos de hora em hora, graças ao relevo da
região o badalar dos sinos pode ser ouvido por todo o vale. Essa região, desde
as casas, a igreja e até as pessoas lembram muito a colônia onde meu pai nasceu
(colônia Bela Vista de Imbituva), fiquei um bom tempo admirando esse lugar.
Vale de Canas |
O GPS me conduziu por umas
estradinhas muito estreitas, no principio achei que estava perdido, no
entanto ao averiguar no mapa vi que estavam certas, após subidas e descidas
cheguei a Miranda do Corvo, essa cidadezinha tem uma igrejinha construída no
ano de 1786 porém a torre dos sinos é muito mais antiga, infelizmente a igreja
estava em reformas e não pude conhece-la melhor.
Igreja de Miranda do Corvo |
Torre da Igreja de Miranda do Corvo |
Miranda do Corvo é uma cidadezinha
que apresenta um típico estilo de casas portuguesas, essas casas são antigas, com um
calfino extremamente branco e muitas plantas ornamentais.
Miranda do Corvo |
Um fato muito interessante de
Mirando do Corvo é um riozinho que corta o centro da cidade, esse é represado diversas
vezes de modo que a água parece estar em maior quantidade e passar mais
suavemente gerando uma bela vista.
Miranda do Corvo |
Ainda em Miranda do Corvo
perguntei a um comerciante local se era possível ir até o parque eólico, esse
disse que eu deveria ir até Vila Nova e de lá pegar uma estrada que da acesso
ao parque, fiz o caminho no GPS e cheguei até o local. Em Vila nova um
senhorzinho me informou qual estrada deveria pegar e também me contou que demoraria
um bom tempo para chegar lá em cima. Vila Nova é outra cidadezinha tipicamente portuguesa,
nesse dia aconteceria a festa junina da comunidade, a cidade estava toda
enfeitada com bandeirinhas e o povo todo estava organizando a festa.
Vila Nova (ao fundo) |
Ao subir para o parque eólico de
Vila Nova, em certa parte do caminho um casal de camponeses que subia a serra
num TOBATINHA deu-me uma carona. O simpático casal, seu Joel e dona Aulinda são
típicos camponeses de Portugal, a principio, antes de conhece-los, eu achava
que em Potugal não existiam mais camponeses que vivessem da agricultura de acordo com os costumes ancestrais, fiquei muito feliz pela conversa que tive com eles, porque
assim como ocorre no Brasil, as pessoas de cidade grande são mais estressadas e
fechadas, já as pessoas do interior são geralmente mais calmas e sinceramente
eu prefiro conversar com elas, porque me criei nesse meio.
Uma coisa interessante é que em Portugal esses camponeses tem orgulho de serem camponeses e as pessoas das cidades os respeitam muito.
Após a carona do seu Joel e a dona Aulinda subi mais um bom tanto até que cheguei a uma ruazinha ela é um trajeto do campo de caça da vila, eu tinha perguntado as camponeses se avia lugares para acampar na região, o seu Joel me falou que muitas pessoas vem acampar nessa região, porém, é necessário armar a barraca em um local bem visível, porque ali é um região de caça e tem o perigo de balas perdidas, mas pelo o que eles me falaram nunca ocorreu nenhum acidente e local é muito bonito.
Seu Joel e Dona Aulinda |
Uma coisa interessante é que em Portugal esses camponeses tem orgulho de serem camponeses e as pessoas das cidades os respeitam muito.
Após a carona do seu Joel e a dona Aulinda subi mais um bom tanto até que cheguei a uma ruazinha ela é um trajeto do campo de caça da vila, eu tinha perguntado as camponeses se avia lugares para acampar na região, o seu Joel me falou que muitas pessoas vem acampar nessa região, porém, é necessário armar a barraca em um local bem visível, porque ali é um região de caça e tem o perigo de balas perdidas, mas pelo o que eles me falaram nunca ocorreu nenhum acidente e local é muito bonito.
Após 3 horas de subida cheguei ao
topo do morro no Parque Eólico de Vila Nova.
Em Portugal e em toda a Europa
existem vários parques eólicos, essa energia considerada limpa abastece cerca
de 30% da energia elétrica consumida em Portugal, porém como o potencial hidroelétrico
de Portugal é muito baixo, a maioria da energia é produzida por termoelétricas,
gerando um grande gasto com energia no orçamento do país, tanto que a EDP
(empresa responsável pela energia Portugal) é a empresa com a maior divida de
Portugal. A vista do morro é muito bonita, tendo a baixo a Vila Nova, mais a
frente Miranda do Corvo e bem ao fundo, quase invisível, temos Coimbra.
Verdadeiramente essa vista valeu os 41 quilômetros que percorri para chegar ali
e os outros 41 que percorri pra voltar, somando os 82 quilômetros.
Parque Eólico de Vila Nova |
Aerogerador |
Vista do Parque Eólico de Vila Nova |
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Por Renato Kovalski Ribeiro.
Por Renato Kovalski Ribeiro.