12 de maio de 2013

Road to Marocco

Quando discutíamos, ainda no Brasil, quais países poderíamos visitar caso viéssemos para a Europa, penso que o Marrocos nunca foi citado, mas fico muito feliz por termos escolhido essa terra fantástica como destino para as nossas férias na Páscoa, pois foi, na minha opinião, a melhor viagem que fizemos até agora. Tentar descrever a experiência que se tem ao entrar em contato com uma cultura tão distinta da nossa como a muçulmana é bastante difícil. Os costumes são diferentes, as pessoas são diferentes, as construções são diferentes, tudo é diferente. Diferente e maravilhoso.


Fomos em excursão, várias e várias horas de ônibus através de Portugal e Espanha até o Estreito de Gibraltar, que atravessamos de ferry boat, e mais algumas horas até nossa primeira parada, a cidade de Rabat. 

Rabat é a capital do Marrocos. Conhecemos alguns dos principais pontos turísticos do local, como a Torre Hassan, minarete de uma das mesquitas mais famosas da região, a Mesquita Hassan; o Mausoléu de Mohammed V, onde estão enterrados o Rei Hassan II e seus dois filhos; o Palácio Real de Dar-al-Makhzen, uma das moradas do rei marroquino Mohammed VI, localizado em Touarga (cidadela real de Rabat); e também a antiga fortaleza Kasbah dos Oudaias.

Mausoléu de Mohammed V.

Torre Hassan.
Palácio Real de Dar-al-Makhzen.
Logo nota-se a beleza e a diferença da arquitetura desses monumentos, dotada de formas geométricas diversas e uma simetria singular. Um fato curioso sobre a arquitetura muçulmana está relacionado à representação de figuras humanas em suas construções, que não é permitida (por exemplo, a representação do Profeta Maoméou é considerada haram, ou seja, um pecado grave, sendo punível com morte). 

No dia seguinte, fomos a Marrakesh, uma das maiores e mais visitadas cidades do Marrocos. Marrakesh é lar do maior mercado tradicional do país. No mercado pode-se encontrar uma infinidade de produtos diferentes. Entretanto, o maior destaque do mercado não são suas mercadorias, mas sim os vendedores. Os marroquinos possuem um tato especial para o comércio, são carismáticos, inteligentes e muito, mas muito persuasivos, você nunca irá sair de uma loja sem comprar ao menos um chaveiro. Mas na hora das compras valha-se da máxima: “se lhe pedirem 20, pense 10 e diga 5”, ensinada sabiamente pelo nosso guia. Os vendedores marroquinos adoram negociar, e essa negociação sempre rende boas risadas e um preço muito mais amigável.

Mercado de Marrakesh.
Além do mercado, visitamos também a Mesquita de Koutobia, maior mesquita de Marrakesh (a visita se limita a parte externa da mesquita, pois a entrada de não muçulmanos no local é proibida); o Palais Bahia, um dos palácios mais bonitos da cidade e a escola de Medersa, o locais mais antigos para o ensino do Corão na cidade (de entrada restrita também, infelizmente). 

Minarete da Mesquita de Koutobia.
De Marrakesh fizemos nossa partida para o deserto do Saara, sem dúvida a melhor e mais marcante parte da viagem. Nosso destino foi à pequena aldeia de Mhamid, próxima ao deserto, onde realizamos uma pequena visita guiada e nos preparamos para seguir deserto adentro. À tarde rumamos na garupa de dromedários (!) para um assentamento beduíno no interior do deserto, onde passamos a noite ao estilo dos povos que aí vivem, os beduínos.



Regressamos a Marrakesh à noite. O período da manhã e tarde do dia seguinte ficaram livres, para explorarmos a cidade. Como não tínhamos muito tempo, decidimos fazer um sightseeing tour pela cidade, à carroça. À noite, deixamos a cidade, já com destino a Portugal.

Nossa viagem ao Marrocos foi realmente uma surpresa muito agradável. Conhecemos pessoas encantadoras, maneiras de viver diferentes e paisagens deslumbrantes. Esse choque de realidades nos permite constatar como o ser humano é diverso, e que nossa maneira de ver a vida é apenas uma dentre várias.

Por Mathias Costa.

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