Quando discutíamos,
ainda no Brasil, quais países poderíamos visitar caso viéssemos para a Europa, penso
que o Marrocos nunca foi citado, mas fico muito feliz por termos escolhido essa
terra fantástica como destino para as nossas férias na Páscoa, pois foi, na
minha opinião, a melhor viagem que fizemos até agora. Tentar descrever a
experiência que se tem ao entrar em contato com uma cultura tão distinta da
nossa como a muçulmana é bastante difícil. Os costumes são diferentes, as
pessoas são diferentes, as construções são diferentes, tudo é diferente.
Diferente e maravilhoso.
Fomos em
excursão, várias e várias horas de ônibus através de Portugal e Espanha até o
Estreito de Gibraltar, que atravessamos de ferry
boat, e mais algumas horas até nossa primeira parada, a cidade de Rabat.
Rabat é a capital
do Marrocos. Conhecemos alguns dos principais pontos turísticos do local, como
a Torre Hassan, minarete de uma das mesquitas mais famosas da região, a
Mesquita Hassan; o Mausoléu de Mohammed V, onde estão enterrados o Rei Hassan
II e seus dois filhos; o Palácio Real de Dar-al-Makhzen, uma das moradas do rei
marroquino Mohammed VI, localizado em Touarga (cidadela real de Rabat); e
também a antiga fortaleza Kasbah dos Oudaias.
Mausoléu de Mohammed V. |
Torre Hassan. |
Palácio Real de Dar-al-Makhzen. |
Logo nota-se a
beleza e a diferença da arquitetura desses monumentos, dotada de formas
geométricas diversas e uma simetria singular. Um fato curioso sobre a arquitetura
muçulmana está relacionado à representação de figuras humanas em suas
construções, que não é
permitida (por exemplo, a representação do Profeta Maoméou é considerada haram,
ou seja, um pecado grave, sendo punível com morte).
No dia seguinte,
fomos a Marrakesh, uma das maiores e mais visitadas cidades do Marrocos.
Marrakesh é lar do maior mercado tradicional do país. No mercado pode-se
encontrar uma infinidade de produtos diferentes. Entretanto, o maior destaque
do mercado não são suas mercadorias, mas sim os vendedores. Os marroquinos
possuem um tato especial para o comércio, são carismáticos, inteligentes e
muito, mas muito persuasivos, você nunca irá sair de uma loja sem comprar ao
menos um chaveiro. Mas na hora das compras valha-se da máxima: “se lhe pedirem
20, pense 10 e diga 5”, ensinada sabiamente pelo nosso guia. Os vendedores
marroquinos adoram negociar, e essa negociação sempre rende boas risadas e um
preço muito mais amigável.
Mercado de Marrakesh. |
Além do mercado,
visitamos também a Mesquita de Koutobia, maior mesquita de Marrakesh (a visita
se limita a parte externa da mesquita, pois a entrada de não muçulmanos no
local é proibida); o Palais Bahia, um dos palácios mais bonitos da cidade e a
escola de Medersa, o locais mais antigos para o ensino do Corão na cidade (de
entrada restrita também, infelizmente).
Minarete da Mesquita de Koutobia. |
De Marrakesh
fizemos nossa partida para o deserto do Saara, sem dúvida a melhor e mais
marcante parte da viagem. Nosso destino foi à pequena aldeia de Mhamid, próxima
ao deserto, onde realizamos uma pequena visita guiada e nos preparamos para
seguir deserto adentro. À tarde rumamos na garupa de dromedários (!) para um
assentamento beduíno no interior do deserto, onde passamos a noite ao estilo
dos povos que aí vivem, os beduínos.
Regressamos a
Marrakesh à noite. O período da manhã e tarde do dia seguinte ficaram livres,
para explorarmos a cidade. Como não tínhamos muito tempo, decidimos fazer um sightseeing tour pela cidade, à carroça.
À noite, deixamos a cidade, já com destino a Portugal.
Nossa viagem ao
Marrocos foi realmente uma surpresa muito agradável. Conhecemos pessoas
encantadoras, maneiras de viver diferentes e paisagens deslumbrantes. Esse
choque de realidades nos permite constatar como o ser humano é diverso, e que
nossa maneira de ver a vida é apenas uma dentre várias.
Por Mathias Costa.
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